Polícia tenta impedir marcha em Maputo

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Um forte contingente policial, armado até aos dentes e com ajuda de cães, está, a todo o custo, a tentar impedir a marcha em homenagem ao falecido rapper de intervenção social Azagaia, já proclamado herói pelo povo.

Ainda na estátua de Eduardo Mondlane, local de concentração, a polícia lançou gás lacrimogénio antes que um passo sequer fosse dado, dispersando a multidão maioritariamente composta por jovens.

Segundo a activista Quitéria Guirengane, a polícia reconhece a legitimidade da marcha, mas alega ter ordes de “pessoas superiores que não podem falar para impedí-la”.

“Uma vergonha”, desabafa a activista, uma das organizadoras do evento.

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#ManoAzagaia

#Azagaia

#PovoNoPoder

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A AP diz que: ” Marchas comemorativas estão planejadas em todas as grandes cidades no sábado para o músico que morreu após um ataque epiléptico aos 38 anos. As manifestações de âmbito nacional seguem-se ao cortejo fúnebre de Azagaia na quarta-feira, em que milhares de pessoas marcharam pelas ruas de Maputo, a capital, entoando palavras de ordem de protesto como “resistência” e “poder ao povo”.

ver mais:

https://fb.watch/jnkb2cs3qH/

Wiki sobre Azagaia:

Edson da Luz (Namaacha, 6 de maio de 1984 – 9 de março de 2023), mais conhecido pelo nome artístico Azagaia, foi um cantor de hip-hop moçambicano, conhecido pela sua música de intervenção social.
Biografia

Azagaia (nome tirado de uma espécie de lança curta) nasceu em 6 de maio de 1984 na Namaacha, localidade da província de Maputo, perto da fronteira de Moçambique com a Suazilândia. É filho de uma comerciante moçambicana e de um professor cabo-verdiano. Aos 10 anos de idade foi morar para a capital, Maputo, onde viria a concluir o ensino médio e ingressou na universidade, tendo passado pelas camadas de formação de basquetebol do Desportivo de Maputo.[1][2][3]

Iniciou a carreira musical com 13 anos, integrando o grupo Dinastia Bantu, com MC Escudo, onde chegaria a lançar, em 2005, o álbum Siavuma.[1][2][3]

Em 10 de Novembro de 2007 Azagaia editou o seu primeiro álbum a solo, Babalaze (que significa “ressaca” na língua changana), pela editora Cotonete Records. O lançamento tornou-se um recorde de vendas no dia de estreia.[3] A álbum contou com as participações de Terry, em “Eu Não Paro” e de Valete em “Alternativos”[4] Este trabalho contém um tom crítico contra o governo moçambicano, o que terá levado a que algumas faixas não fossem transmitidas pelos canais públicos.[1][5] Pela polémica destacou-se o tema “As Mentiras da Verdade”.[1][3][6] Também se destacou a música “A Marcha”, que bateu recordes de vendas.[6]

Fazendo a sua retrospetiva dos principais acontecimentos em Moçambique, Azagaia lançou “Obrigado Pai Natal”, em 2007, e “Obrigado de Novo Pai Natal”, em 2008.[3][6]

Depois da revolta popular de 05 de Fevereiro de 2008, em Maputo,[7] Azagaia apresentou o tema “Povo no Poder”, que lhe valeu uma intimação para se apresentar na Procuradoria-Geral da República, suspeito de “atentar contra a segurança do Estado”.[2][3][8][9] A música voltaria a ser lembrada na revolta popular de 1 e 2 de setembro de 2010.[9]

Em 2009, lançou o tem “Combatentes da Fortuna”, que dizia ser inspirado na crise do Zimbábue e que, apesar de ter sido censurado, foi dado como o videoclipe mais visto da história do rap moçambicano.[1][3]

No ano de 2010 lançou a música “Arriiii”, versando sobre um escândalo de tráfico de drogas em Moçambique, casos de fuga ao fisco e assassinatos.[3][6]

Em 2011 Azagaia foi preso, na companhia do seu produtor Miguel Sherba, por ter sido encontrado na sua posse um cigarro de soruma[10] (4 gramas).[1][8]

Após uma produção de três anos, Azagaia lançou em 2013 o segundo álbum de originais, Cubaliwa (significa “nascimento”, em língua sena) pela editora Kongoloti Records. O lançamento ocorreu a 09 de novembro, na Associação de Escritores Moçambicanos, em Maputo, contando-se entre os temas destacados o single “Homem Bomba” ou o tema de apresentação lançado em outubro “ABC do Preconceito”. Como convidados neste álbum encontram-se nomes como Stewart Sukuma, Dama do Bling, a Banda Likuti, Ras Haitrm, Júlia Duarte ou o rapper angolano MCK.[5][11] O álbum chegou a ser apresentado com o nome de “Aza-leaks” em 2011, por alturas da apresentação do tema “A Minha Geração”.[8]

Cubaliwa deu origem a uma digressão denominada Bem-vindos ao Cubaliwa em que Azagaia se apresentou com a banda Os Cortadores de Lenha.[12]

O consumo de estupefacientes voltou a surgir em junho 2014 quando, numa entrevista ao programa Atracções da TV Miramar em que confirmou que tinha sido detido novamente por posse de droga e justificando que o seu consumo da canábis se devia a suposta recomendação médica, dado padecer de epilepsia, Azagaia preparou em directo e acendeu o que o próprio disse ser suruma.[2][13][14]

Poucos dias depois, num texto apresentado no Facebook em 15 de junho de 2014, Azagaia anunciou que, por temor pela sua vida, abandonaria a carreira musical e passaria a viver na Namaacha, sua terra natal.[13]

Algumas semanas depois, Azagaia revelou que estava com um tumor cerebral e iniciou uma campanha de arrecadação de fundos pela Internet. O projeto “Help Azagaia” serviria para reunir mais de 790 mil meticais (o equivalente a aproximadamente 20 mil euros) para custear a cirurgia de retirada do tumor, realizada na Índia a 18 de outubro.[1][15]

Após ano e meio de afastamento dos palcos, Azagaia voltou a atuar, apresentando-se num concerto na discoteca Coconuts em Maputo, em maio de 2016.[16]
Morte

Segundo fontes familiares, Azagaia morreu de epilepsia no dia 9 de março de 2023, ao final da tarde, quando se encontrava a repousar na sua residência. [17]

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